quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pulgas Nuas (A.E/15)

Com quantos pulsos preciosos
gastei de soberbia para achar-me 
entre as marcas de cajal alérgico? 

São uns negócios que dá na gente,
qual seriado repetido bom de rever,
entretanto, preguiça de zapear...
Não foi normal estirar-me
e deixar as pulgas forrarem-me o corpo nu.
Preguiça de espantá-las...
Preguiça do mundo...


Agora já foi. Beberam em orgia meu sangue!
Esbanjei fôlego demais pela vida, vida alheia,
vida lamurienta, urgente, expedida, maratona...


Onde estava o 'eu'?
Pulgas vacas vadias...


Sereno entardecer!


Pagar a próxima promessa:
alinhavar um longo pano tingido
a forrar o chão que piso.
Onde não piso mais, ficou aquilo
que se considerou maior que eu
maior que o mundo
maior que aquilo mesmo.
(Um jegue zurrou sobre o telhado).
Momento de dar risadas...